PATRONO

Joaquim Mendes
             Era o ano de 1913, chegava ao Brasil, vindo do interior de Portugal, mais precisamente de Godim, distrito de Vila Real, o trabalhador Joaquim Mendes, nascido em 16 de novembro de 1892, filho de Simão Mendes e de Eliza da Conceição Mendes.
         Primeiro residiu em São Paulo, empregando-se na construção civil, na simples função de pintor de parede, aperfeiçoando-se a cada dia no preparo de sua própria tinta.
         Os ares paulistanos não lhe simpatizavam muito, mudando-se para o Rio de Janeiro, onde foi admitido pela empresa M. P. Gonçalves e Cia Ltda. Seu prestígio na empresa cresceu rapidamente.
            Em 1920, casou-se com Aurora Mendes, tiveram dois filhos: Roberto e Maria Eliza.
            A década de 30 foi decisiva pra o desenvolvimento físico e social de Morro Azul, com a chegada de Joaquim Mendes em busca de excelente clima para a sua filha que havia adoecido. Sem dúvida, numa altitude de 560 metros do nível do mar, o clima era excepcional, muito embora o lugarejo fosse um pântano, com uma pequena estação e uma “birosca”.
            Empolgado com a recuperação da filha comprou terras e logo em seguida construiu a importante sede da Fazenda São José. Desde então, passou a frequentar Morro Azul com assiduidade. Seus planos para aquela região não ficaram por ali.
            Joaquim vislumbrou um sonho ambicioso: a construção de um hotel. Contrariando algumas opiniões da família, colocou em prática seu projeto, e em dezembro de 1951 inaugurou  o “Parque Hotel Morro Azul”, pioneiro de toda a região; com 50 aposentos, salão de jogos, de estar, de festas, restaurante, bares, piscina semiolímpica e uma ampla área de lazer. Tudo dentro do mais moderno padrão da época.
            Seu espírito realizador não parou. Com seus próprios recursos financeiros aterrou o pântano, calçou de paralelepípedos a rua principal, ergue a pequena praça e construiu uma Igreja em louvor à Nossa Senhora de Lourdes, no ano de 1949, em agradecimento a cura de sua filha.
           Em 11 de maio de 1962, acometido por um edema pulmonar, aos 69 anos, falece o trabalhador-empresário Joaquim Mendes, deixando no coração da população de Morro Azul uma saudade imorredoura.
            Sua aspiração ia mais adiante; queria também oferecer a comunidade uma “escola pública”, por isso seu filho Roberto Lopes Mendes cumprindo o desejo de seu pai doou um terreno ajudando a construí-la, sendo inaugurada em 04 de maio de 1965, uma realização do então Prefeito Roger de Souza Malhardes, tendo como Patrono o nome deste primeiro responsável pelo desenvolvimento físico e social de Morro Azul “Joaquim Mendes”, uma homenagem das mais justas a um homem de extraordinário espírito humano.
          Aqueles que o conheceram, dele se lembram pela grandiosidade dos seus sentimentos, pela dimensão do seu caráter, de personalidade marcante, criterioso e bom.
         Apesar de não ter nascido no Município este imigrante, com determinação de trabalho foi um exemplo de amor e dedicação a esta região, mostrando com simplicidade, o lado positivo da vida.

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